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[...] Senti que Erínia estava por perto quando cheguei ao centro comercial de Paraty. Embora fosse maio, a chuva caía sem parar; as pedras lisas impediam que os turistas se aventurassem pelas ruas; além do mais faltava luz em s parte e as sereias dos barcos soavam desoladas ao longo da costa. Eu [...] caminhava em direção ao mar; surpreendido pelo nevoeiro percebi que não chegaria à praia; tanto que depois de andar mais de uma hora estava no ponto de partida. Foi nesse lance que desviei o olhar para o beco: parecia um jardim suspenso. Os tufos de flores despencavam pelos muros e janelas; [...] as casas [...] estavam fechadas por causa do mau tempo. Atraído pelo silêncio entrei no beco como quem sobe num navio iluminado. O perfume das plantas era muito mais forte do que eu imaginava- em poucos segundos sentei-me intoxicado no chão. Creio que só neste instante Erínia apareceu de corpo inteiro diante de mim: a túnica branca escondia as sandálias de couro e uma luz de vinho vazava dos seus olhos. Movido pela surpresa eu lhe disse alguma coisa amável; não tive resposta. Lembro-me apenas de que ela avançou pisando nas poças e enterrou o punhal no meu pescoço. [...]
Modesto Corone.
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